Desbravador da cultura cervejeira da região de Campinas (SP), Afonso Landini começou a criar e testar cervejas artesanais na década de 1980. De lá para cá ganhou experiência, virou referência, formou mais de 4 mil alunos em seus cursos e agora ele acaba de ser certificado mestre cervejeiro pela VLB Berlim, uma das mais conceituadas escolas da Europa.
Afonso Landini (centro) já formou mais de 4 mil alunos em seus cursos de fabricação de cerveja artesanal — Foto: Arquivo pessoal
“Nunca imaginei que aquele hobby dos anos 1980 se tornaria a minha profissão. Sou muito feliz fazendo isso. Realmente me encontrei.”
A primeira cerveja feita por Landini data de 1985. Na ocasião, tentou copiar a bebida padrão da época, tipo Pilsen. Os ingredientes principais eram malte pilsen e quirera de milho. “Copiar a cerveja industrializada era muito difícil e a situação econômica do País também não estava ajudando, então deixei o hobby de lado depois de fazer umas cervejas que não ficavam boas”, confessa.
Nos anos 2000, durante uma reunião de trabalho, descobriu com um colega que mais tipos de maltes, lúpulos e leveduras estavam sendo comercializados no Brasil. Era o começo da abertura de mercado para artesanais e Landini decidiu voltar às panelas. Para se reciclar, viajou à Argentina para conferir como os hermanos produziam a bebida.
Depois de 15 dias em solo argenino, Landini voltou pronto para fazer a própria bebida. “Eu produzia de puro hobby, 20 litros, uma ou duas vezes por mês para levar no churrasco dos amigos. Mas quando fiquei desempregado pensei: ‘o que eu sei fazer? Cerveja!’, e comecei a ensinar as pessoas a fazer”, recorda.
De lá pra cá já foram mais de 4 mil alunos, muitos com micro cervejarias montadas atualmente. Landini é proprietário, ao lado da esposa Priscila, de loja de insumos virtual do país.